Região tem o menor número de vítimas de latrocínios em 24 anos
# Transcrição da Matéria
Investimento em monitoramento e presença policial ajudam a reduzir ocorrências, explica o secretário de Segurança Cidadã de Santo André
O Grande ABC encerrou 2024 com o menor número de casos de latrocínio (roubo seguido de morte) desde 2001, início da série histórica mantida pela SSP (Secretaria da Segurança Pública). Foram cinco vítimas no ano passado, metade das dez ocorrências contabilizadas em 2023. O dado ainda reforça uma queda de quase 90% no período de 24 anos, quando a região chegou ao total de 48 mortes dessa natureza no primeiro ano do levantamento.
Apesar da queda nos índices, casos de violência ainda são registrados na região. Em maio deste ano, uma tentativa de latrocínio mobilizou a Polícia Civil em Santo André. Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, foram apreendidos, e um homem foi preso, suspeitos de envolvimento em uma série de roubos e furtos na cidade. Entre os crimes atribuídos ao grupo está um ataque que deixou um homem de 55 anos tetraplégico.
Os dados oficiais indicam que, embora casos graves ainda ocorram, o latrocínio representa uma fração mínima da violência letal no Grande ABC. Em 2024, foram registrados 139 homicídios dolosos – número quase 28 vezes maior que o total de latrocínios no mesmo período. A estatística da região inclui mortes em acidentes de trânsito.
Para o especialista e secretário de Segurança Cidadã de Santo André, Temístocles Telmo, parte dessa redução histórica está associada ao próprio perfil do crime. “O latrocínio é juridicamente um crime contra o patrimônio. O criminoso, na maioria das vezes, tem a intenção de roubar, não de matar. O que ocorre é que, diante de alguma reação ou impulso da vítima, ele acaba usando a arma de fogo para garantir a posse do bem”, explicou.
Segundo ele, essa característica faz com que os autores sejam mais racionais ao planejar a ação, evitando situações que possam atrair investigação intensa e risco de prisão. “Aquilo que seria apenas a subtração do bem e passa a ter uma vida ceifada torna as investigações mais intensas, e o criminoso não deseja isso, porque ele não é um homicida, é um roubador”, afirmou.
O secretário atribui a queda no número de latrocínios ao avanço tecnológico e ao reforço no policiamento ostensivo. Segundo ele, desde 2001 os municípios intensificaram os investimentos em sistemas de monitoramento, tanto públicos quanto privados, que têm sido fundamentais para o trabalho de investigação da Polícia Civil. Além disso, destaca o aumento da presença policial nas ruas como fator decisivo para a redução dos crimes.
No caso dos homicídios, que permanecem em patamar mais alto que os latrocínios, Temístocles destaca que a dinâmica é diferente. “O homicídio doloso (quando há intenção de matar) é um crime contra a vida. Não é um delito de oportunidade. O criminoso tem a intenção de tirar a vida de outra pessoa, e os motivos são os mais variados possíveis. Por isso, não seguem o mesmo padrão do crime contra o patrimônio”, pontuou.
Fontes
[1] Região tem o menor número de vítimas de latrocínios em 24 anos - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: latrocínio,homicídio,queda,segurança,grande abc,dgabc https://www.dgabc.com.br/Noticia/4243889/regiao-tem-o-menor-numero-de-vitimas-de-latrocinios-em-24-anos
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