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O problema não está no “tirocínio policial”, mas na miopia de quem analisa a realidade das ruas de dentro de um gabinete climatizado. Não é o cidadão de bem que muda de direção ao ver a polícia — é o criminoso.
O policial experiente sente o cheiro do perigo antes que ele aconteça. Esse instinto, lapidado pelo serviço diário, salva vidas e previne tragédias.
Julgar o trabalho policial por porcentagem de flagrantes ou abordagens é ignorar que a missão da polícia é prevenir o crime, não apenas registrar prisões.
E o próprio STJ já reconheceu essa realidade: em 16 de setembro de 2025, no HC 888.216-GO, a Corte decidiu que “o mero nervosismo apresentado pela pessoa ao ver a aproximação da polícia dá fundadas razões para a abordagem pessoal” — entendimento que hoje une as duas turmas criminais.
O ministro Carlos Brandão foi direto: “o dia a dia da polícia é diferente do nosso.” Já o ministro Rogério Schietti, vencido, viu nisso um “retorno ao autoritarismo”.
Mas o que chama atenção é como a ideologia não tem limite. Com ilações e ironias em plena sessão de julgamento da segunda maior Corte de Justiça do país, se desacredita a atividade policial, como se fosse possível garantir segurança sem confiar em quem a executa.
Chega a ser um absurdo ver a militância travestida de garantismo, debochando de que “muitos têm mais medo da polícia que da criminalidade”. Isso é o retrato de um país onde se inverte o senso de dever e se desvaloriza quem protege.
O policial tem o dever — e o direito — de agir de forma padronizada em qualquer lugar. Porque o criminoso não escolhe região para agir.
Este ativismo entre outros absurdos, faz parte do nosso novo livro: Entre leis e algemas. O Policial brasileiro no labirinto garantista.
Sobre o autor:
Temístocles Telmo: Doutor e Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Pós-Graduado lato senso em Direito Penal. Coronel veterano da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com 38 anos de experiência de atuação na Segurança Pública. Professor de Direito Criminal na PUC-Assunção. Advogado e membro da Comissão de Segurança Pública da 100ª Subseção do Ipiranga da OAB São Paulo. Em 2023, coordenou os Conselhos Comunitários de Segurança da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e foi Secretário de Segurança de Santo André (2024-2025). É autor, coautor e organizador de 16 livros, com destaque para Vizinhança Solidária. Além de escritor e articulista, também se dedica à poesia.
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